Agro

@encantodasfrutass

Texto: Joanna Morbeck

A Bahia atualmente é responsável por aproximadamente 31% da produção nacional de frutas, segundo a Secretaria de Agricultura do Estado. Por onde passa, a fruticultura melhora a qualidade de vida das pessoas e faz a roda da economia girar com mais velocidade.

A principal diferença da fruticultura para os outros segmentos do agronegócio, como por exemplo a soja, é que esse processo produtivo depende muito mais de pessoas, como explica Márcio Oliveira, engenheiro agrônomo que iniciou desde muito cedo neste ramo acompanhando seu avô nas lavouras de sisal, pecuária leiteira e pecuária de corte. 

“Costumo dizer que a fruticultura é um processo de produção manufaturado. Enquanto nos grãos, de modo geral, utiliza-se um homem para cada 200 hectares produtivos, na fruticultura essa relação é completamente diferente. Em cacau estamos buscando trabalhar com um homem para 7 ha. Na citricultura um homem para 10 ha. Na banana, um homem para 2 ha e no maracujá, um homem para cada 1 hectare”, explica. 

Atualmente, Márcio atua na produção de banana e maracujá na região de Barreiras, onde começou a investir no setor no ano de 2014.  Segundo ele, o maracujá é uma cultura muito exigente, tanto tecnicamente quanto em mão de obra. Em função do seu rápido ciclo de produção e sua suscetibilidade a diversas pragas e doenças, é preciso ser muito mais assertivo nas tomadas de decisão. “Seguindo essa linha, por lógica, precisamos ter um senso de urgência mais aguçado, o que faz com que haja uma demanda maior por máquinas e implementos do que outras frutas, como banana, por exemplo”, explica Márcio, que atualmente é diretor da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).

“Há também a necessidade de maior treinamento da mão de obra para que consigamos atrelar alta produtividade com alta qualidade”, afirma Márcio. Com isso, os trabalhadores adquirem conhecimentos sobre novas tecnologias, como sistemas de irrigação eficientes, métodos de controle biológico de pragas e uso de fertilizantes organominerais. Essas ferramentas permitem aumentar a produtividade, reduzir custos e contribuir para a preservação do meio ambiente. Eles se tornam referências, consultores e multiplicadores de conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da indústria e o fortalecimento da economia local.

Fruticultura: um forte aliado na geração de emprego e renda

Márcio ressalta a importância que a fruticultura promove na região Oeste do estado. Segundo ele, essa é uma das principais fontes de distribuição de empregos, levando dignidade a muitas famílias. “É isso que o agronegócio faz. Dá dignidade ao ser humano através da geração de emprego. Um pai de família se sente orgulhoso ao promover qualidade de vida para sua família através do seu trabalho. Em polos produtivos de fruticultura, a realidade das pessoas muda rapidamente. Logo, percebemos a construção de diversas casas, comércios, entre outros avanços”, finaliza. 

Fotos: Guilherme Augusto