@epopeiaagro
Texto: Simone Regina
A memória histórica é um dos alicerces que dão sentido à nossa existência. E quando preservamos as histórias e memórias de um povo, fortalecemos as suas bases. Uma iniciativa inovadora busca desenterrar as histórias esquecidas dos primeiros agricultores que desbravaram essa região. O projeto “Epopeia do Agro” nasce como álbum de recordações daqueles que moldaram o destino do Oeste Baiano e semearam as bases para o florescimento de uma comunidade próspera.
O projeto foi idealizado pelo Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras, David Schmidt, que tinha o propósito de compreender a sua própria história e a de tantos outros produtores da segunda geração, preservando a memória do agronegócio do Cerrado no Oeste da Bahia, hoje considerada uma das maiores regiões produtoras no Brasil. “Registramos a história de pioneirismo de famílias que contribuíram com a colonização e o desenvolvimento da inovação local, em parceria com a professora da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Cristine Carneiro”, conta David Schmidt.
Em meio aos depoimentos emocionantes, fotografias amareladas e relatos de memórias ancestrais, o Epopeia do Agro desvenda as narrativas esquecidas que permeiam o solo do Oeste baiano. Cada história contada é um fragmento valioso do quebra-cabeça histórico, uma peça essencial para entendermos as raízes daqueles que vivem na região. “O projeto tem como objetivo principal a conservação da memória do agronegócio da região Oeste da Bahia. Temos quatro objetivos específicos: levantamento e organização do acervo bibliográfico, entrevistas com as famílias pioneiras e nativas, desenvolvimento de um software para acolhimentos das histórias do Oeste da Bahia, e desenvolvimento de um livro”, pontua David.
O público pode conferir os relatos, vídeos e fotografias através do site www.epopeiadoagro.com.br. Uma das histórias que encontrará é a de Helena Schmidt e seu filho, Paulo Schmidt, que narram memórias da chegada no Oeste da Bahia.
Uma parte da história
Dona Helena, a matriarca da família, nasceu em Campo Novo, Rio Grande do Sul, em 1952, filha de comerciantes, mãe de 4 homens. Seus pais iniciaram na agricultura plantando batata, milho, feijão, mandioca e soja, como pequenos produtores. Veio para o Oeste com seu esposo, Paulo Schmidt, com o objetivo de cultivar as terras do cerrado baiano.
“Quando chegamos aqui não tínhamos funcionários, não tinha tecnologia, não tinha nada”, relembra Helena Almeida Schmidt, matriarca da família Schmidt.
Fonte: Epopeia do Agro
Fotos: Divulgação