SAIU NA ADORO: Agro conectado. A Revolução da Tecnologia no Campo

@ptscola

O Brasil é um país onde o setor primário, especialmente o agronegócio, desempenha um papel vital na economia, contribuindo significativamente para o nosso Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, os desafios enfrentados neste segmento são diversos e complexos, incluindo a dispersão geográfica, logística, mão de obra qualificada, a disponibilidade de energia elétrica e telecomunicações, diferentes climas e composição orgânica da terra e o estágio de desenvolvimento da cultura empresarial existente.

É neste contexto que o termo Agro Conectado tem ganhado destaque nos diversos segmentos da economia brasileira. A aplicação de ferramentas de sensoriamento e a Tecnologia IoT (Internet das Coisas) vem oferecendo um diferencial incrível para o setor agropecuário e têm aberto novas possibilidades para melhorar os resultados no campo quando aplicadas de forma inteligente e estratégica.

Um dos grandes destaques do tema é o Telecom e Conectividade, como ressalta o Founder da Cyklo Agritech, Pompeo Scola. “Ele está criando um diferencial incrível para o segmento. A aplicação de ferramentas de sensoriamento, a Tecnologia IoT, tem oferecido oportunidades para melhorar significativamente os resultados do agro quando aplicada de forma inteligente nas diversas oportunidades presentes.”

Pompeo explica que com o IoT é possível medir o nível de água dos poços em tempo real, o gotejamento do pivô, sensorizar umidade do solo, volume de chuva, integrar dados meteorológicos, medir vibração de equipamentos (telemetria), localização atual, inventário de estoques existentes de qualquer tipo de produto, pressão dos pneus de veículos, nível de calor, pH da água e de líquidos, entre outras medições.

Entretanto, para tudo isso ser possível, existe um pré-requisito chamado conectividade, que possibilita capturar e conectar os equipamentos de IoT com a internet e transportar suas informações através de longas distâncias, disponibilizando a informação onde ela será utilizada. “Neste caso, sem uma rede de telecomunicações que ofereça cobertura geográfica para captar e retransmitir o sinal e as informações, tudo fica inviabilizado”, afirma Pompeo.

Para o empresário, no Brasil, a extensão territorial e o modelo de operação e comercialização em vigor têm sido um limitante. “As operadoras não possuem uma malha de cobertura adequada implantada que permita que esta infraestrutura seja transparente e disponível. Assim, para poder utilizar as vantagens do IoT, por exemplo, um trator conectado informando em tempo real o que está acontecendo, o produtor precisa viabilizar sua malha de cobertura, uma rede privativa, a qual ele mesmo tem que fazer, investir e até colocar torres de transmissão”, explica.

Conectar passou a ser uma necessidade e ao mesmo tempo uma oportunidade de criação de novas empresas que ocupem esse mercado de fornecimento e com diversas tecnologias possíveis para realizar essas Redes Privativas. Temos empresas de tecnologia ofertando a venda e instalação para um produtor específico, com modelos de consórcio para explorar a locação dessa infraestrutura em parceria com associações e prefeituras. Diversos modelos de oferta surgem todos os dias.

Pompeo relata que, recentemente, a ANATEL passou a licenciar um novo tipo de operadora de Telecom, denominada MVNO. “Neste modelo, as empresas que conseguem ter autorização ou credenciamento para operar como tal passam a ofertar soluções personalizadas e regionalizadas de infraestrutura de conectividade e podem operar em parceria com os fornecedores de IoT. Uma forma de levar ao produtor uma solução completa, fazenda conectada + solução IoT para gerenciar ativos da fazenda”, compartilha.

Assim, o parceiro regional, que normalmente é uma empresa que tem tecnologias especializadas para uma determinada aplicação, como gestão da irrigação, pivô, telemetria e gestão de frota, passa a desenvolver contrato de parceria com uma MVNO para entregar ao seu cliente uma solução completa e funcional. Isso tem aumentado a velocidade e a efetividade dessas soluções para o campo, criando um caminho sustentável para o tema.

O empresário ressalta que as MVNOs não são concorrentes das MNOs. Na verdade, trabalham em parceria e compartilham camadas tecnológicas de infraestrutura para viabilizar as soluções de conectividade. “Ocorre que as MNOs têm muita dificuldade de endereçar soluções diretamente para o cliente em função do seu modelo de negócio. Assim, este arranjo viabiliza este atendimento e traz velocidade ao crescimento do campo conectado.”

Virtueyes chega ao MATOPIBA em 2024

Uma MVNO que tem crescido de forma exponencial é a Virtueyes. Tendo obtido licença para operar em 2023, já possui redes privativas instaladas no MATOPIBA e parceria com importantes integradores de IoT. Passa a ser uma opção segura e confiável para quem precisa levar tecnologia ao campo. 

A empresa chega à região em 2024, com um escritório local em Luís Eduardo Magalhães, para facilitar ainda mais o atendimento da região e ampliando as parcerias locais com os integradores e soluções. “Inclusive, este ano a Virtueyes estará presente com a CYKLO Agritech na Bahia Farm Show. Uma oportunidade para ampliar sua visibilidade e presença no MATOPIBA”, afirma Pompeo.

Taize Wessner, presidente da empresa, explica que esta tem o objetivo de construir soluções que proporcionam uma melhor experiência de conectividade, com ostensivo suporte especializado em IoT. “Com esta parceria, estamos lançando no mercado uma MVNO focada exclusivamente ao IoT, com serviços e plataformas que vão impulsionar significativamente a transformação digital das empresas do Brasil e do Exterior”, diz.

Atualmente, a marca está presente em mais de 763 municípios brasileiros, e possui uma base de clientes que ultrapassam 1.500 empresas, dentre os países da América Latina. Suas linhas de negócio abrangem desde Rastreamento Veicular, Agronegócio, Utilities, Monitoramento e Segurança, até Soluções de Cidades Inteligentes e Indústria 4.0, totalizando mais de um milhão de dispositivos conectados e cerca de 8 milhões de conexões diárias.

Um mercado internacional crescente

Fora do Brasil, o IoT é um segmento que movimenta 200 bilhões de dólares por ano e que vem crescendo a taxas de 20% ano a ano. “Se olharmos para nossa realidade, a projeção de crescimento aponta para um percentual médio de 22% para os próximos 10 anos e com valores anuais atuais já na ordem de 250 bilhões de dólares/ano, segundo dados do IoT Analytics”, conclui Pompeo Scola.

Fotos: Reprodução

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