AGRONEGÓCIO: Soja repete produtividade histórica e Oeste comemora boa safra

Com destaque para a produtividade da soja – que igualou a melhor média histórica, de 67 sacas por hectare – o resultado da safra 2022/2023, no Oeste da Bahia, foi avaliado como positivo por produtores, consultores e técnicos especializados no setor agrícola. A produção no campo foi analisada durante um workshop, na Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães.

Atualmente, as atenções nas fazendas do Oeste estão voltadas para a produção do milho nas áreas de sequeiro (sem irrigação) e para o planejamento da próxima safra. Este ano, a produção de soja ocupou 1,86 milhão de hectares (ha) de área, enquanto o algodão está espalhado por 305 mil ha, o milho 220 mil ha e o sorgo, que vem ganhando espaço pelo uso na alimentação animal, de acordo com dados do mais recente Boletim Aiba, divulgado ontem.

Entre as principais culturas produzidas no Oeste, apenas o milho produzido em sequeiro registrou uma redução no volume produzido, com uma queda de 5,3%. A soja teve alta de 7,7%; o algodão, 11,9%; o milho irrigado cresceu 8,3%; o sorgo 21,4%; a cultura do trigo, que está em fase inicial no Oeste registrou 42,9% crescimento em sua produção, repetindo a produtividade de 100 sacas produzidas por hectare.

Se por um lado o mercado de algodão segue um pouco travado, em meio a um cenário de queda nos preços internacionais, por outro, a qualidade da safra é um fator de animação para o setor, avalia o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi. “As primeiras colheiras mostram que a produtividade está muito boa”, afirma. Segundo ele, a produção também cresceu, recuperando a retração do ano passado. “Voltamos ao normal”, diz.

Para Bergamaschi, a feira deste ano está sendo muito rica por ir além dos negócios. “É uma oportunidade de discutirmos os nossos desafios, adquirir conhecimento e fazer relacionamento”, acredita.

A colheita de soja segue na sua reta final nas quatro mesorregiões do Oeste da Bahia. A área colhida já alcançou os 99,7% e a expectativa é que todo o processo seja concluído dentro de mais 15 dias, alcançando um total de 7,447 milhões de toneladas de grãos.

No caso do milho, a área colhida representa 29% do total e a expectativa é que o processo seja concluído ainda na primeira quinzena deste mês.

A safra teve início em outubro do ano passado em 56 propriedades, com antecipação do plantio, de acordo com a Portaria 057 de 25 de Julho de 2022, da Agência Baiana de Defesa Agropecuária (Adab). Durante a pesquisa foram realizadas 1.141 visitas técnicas, o que corresponde a 993.253 hectares de lavouras monitoradas.

A média de 67 sacas/ha de soja já foi alcançada em safras anteriores, sendo a maior média histórica do país. “Esse é um número positivo comparado aos outros estados que produzem soja. A Bahia não só no Matopiba, mas a nível Brasil, é destaque como maior índice de produtividade no país”, disse o gerente de agronegócio da Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Aloísio Júnior, durante o workshop. “O produtor rural do oeste da Bahia consegue em um prazo limitado fazer apenas uma safra ao ano, uma safra cheia, mas consegue fazer seu dever de casa bem feito e trazer benefícios que resultam esse retrato das suas produtividades”, completou.

“A equipe de campo faz mensurações com metodologia quantitativa através de dados que trazemos do campo para as mesas de discussões e conseguimos validar os números reais durante essa safra 2022/2023. Esse número foi apresentado para o Conselho Técnico e através dele conseguimos validar e aprovar essa média de posto histórico, já alcançado em safras anteriores”, destacou Aloísio Júnior.

Informações do Correio.
Foto: Reprodução

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