Abapa evidencia cacau como nova aposta de diversificação de cultura no Oeste da Bahia

Há cinco anos, produtores do Oeste da Bahia apostaram no cultivo de cacau no cerrado, em áreas de pleno sol, contrariando o histórico na cultura no Brasil, cultivada em áreas de mata atlântica e de mata na Amazônia. Os resultados têm sido altamente positivos, com produtividade excepcional. Enquanto a média brasileira é de 330 quilos por hectare, no Oeste baiano, a média alcança impressionantes 3.500 quilos por hectare, ou seja, mais de 10 vezes a média nacional.

Esses resultados expressivos foram apresentados durante o terceiro evento Cacauicultura 4.0, realizado em Riachão das Neves (BA) nos dias 19 e 20 de abril. O evento reuniu produtores do sul da Bahia e de estados como Ceará, Mato Grosso, São Paulo e Pará, juntamente com produtores do Oeste, empresários e interessados na cultura do cacau. Um ponto de destaque foi o atual preço da commodity, que atingiu níveis históricos.

“O preço do cacau nunca esteve tão alto, talvez sendo o mais alto dos últimos 50 anos. No mercado de Nova Iorque, chegou a ultrapassar 10 mil dólares a tonelada, enquanto a média histórica fica entre 2.500 e 3 mil por tonelada”, explicou o produtor e organizador do evento, Moisés Schmidt.

Apoiadora da iniciativa, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) foi representada pelo seu presidente, Luiz Carlos Bergamaschi. Ele destacou a importância da diversificação das culturas, ressaltando que “os cotonicultores têm potencial para associar o cacau junto com o algodão”. Para ele, o cacau que se instala na região é uma realidade promissora. “Amparado pelo o que temos de melhor, o potencial ambiental que a Bahia oferece, o cacau traz a diversidade de culturas para a região, promovendo o desenvolvimento econômico e fortalecendo a agricultura do Oeste e a Bahia como um todo”, disse Bergamaschi.

Moisés Schmidt reforçou o potencial de disseminação de boas práticas e informações do evento, “é uma oportunidade para transmitir o que aprendemos nestes cinco anos de experiências envolvendo o cacau e estarmos mais próximos uns dos outros”, finalizou. Além de palestras, mesas redondas e dia de campo, a iniciativa contou com uma sessão itinerante da Comissão de Agricultura de Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia, com objetivo de reforçar o debate entre os presentes sobre a inovação, sustentabilidade e desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau na região Oeste da Bahia.

Informações e Fotos: Abapa

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