Hora do lanche: nutricionista ensina que lancheira pode ser saudável, prática e divertida

Texto: Vitórian Tito 

O lanche é sem dúvidas, o momento favorito das crianças em idade escolar. É nessa hora que elas param o que estão fazendo para descobrir e se deliciar com o conteúdo da lancheira. E para tornar a experiência perfeita, com a nutrição necessária e sem gerar frustrações, não tem jeito: é preciso investir tempo na montagem do lanchinho dos pequenos. 

Na rotina corrida dos pais, que se dividem entre trabalho, casa e educação da turminha, tempo é algo raro. Por isso, que a maioria acaba caindo numa escolha que não dá trabalho: os industrializados. Além disso, existe pouco ou nenhum conhecimento em relação às necessidades nutricionais das crianças em fase de desenvolvimento – e isso traz prejuízos à saúde dos filhos a longo prazo.

A nutricionista Catarina Leite, Mestre em Ciência de Alimentos e atuante na área da alimentação escolar há duas décadas, explica que lanches rápidos são um problema porque atrapalham todo o processo de formação dos hábitos alimentares. “O ideal para se confeccionar uma lancheira adequada para a criançada é apostar nos alimentos naturais e naqueles com pouco sódio e pouca gordura, além de sucos nutritivos da própria fruta”, explica. 

Na hora de preparar os sucos, é possível misturar frutas diferentes para criar novos sabores e impulsionar a absorção de vitaminas pelos pequenos, como o suco de maracujá com cenoura ou acerola. Para cortar o açúcar, os de laranja, manga e abacaxi são mais viáveis ao paladar, especialmente se forem incrementados com hortelã, banana ou beterraba. A coloração fica mais atrativa e aumenta a possibilidade de que se crie gosto pela coisa. Assim, os pais cortam os sucos de caixinha, reduzem o consumo de açúcares e dão início à uma alimentação mais balanceada e equilibrada a partir das bebidas. 

Para acompanhar, é possível produzir biscoitos caseiros, como o de polvilho, ou cuscuz de tapioca ou milho, que são mais saudáveis. Alimentos como batata doce, ovo, queijos brancos, alimentos integrais, legumes, verduras e grãos – como a semente de gergelim, que é fonte de cálcio – também devem estar entre os investimentos da lancheira. 

As frutas também devem ser incentivadas fora do processador. Além de mais naturais, elas são menos calóricas que os sucos e evitam a adição do adoçante. “Quanto mais a gente adaptar o paladar da criança com um baixo consumo de açúcar e sódio, melhor. É nessa fase que elas formam os hábitos alimentares”, conta. 

Catarina explica que a preocupação com o almoço também faz parte da preparação da lancheira escolar: “priorizar comidas com o uso de ervas, especiarias e temperos naturais, como alho e cebola, colaboram para que a criança consuma com prazer”. Ao cozinhar, ela indica que os pais usem manjericão no macarrão, alecrim nas carnes brancas, açafrão no arroz e muitas verduras e legumes para que o prato fique bem aromatizado. Aliada às misturas, a apresentação também faz toda a diferença. “O primeiro estímulo é o visual, sentimos vontade de consumir o que nos atrai, então é importante trabalhar essa questão com a criançada”, finaliza. 

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