BAHIA: Rio de Contas produz 1º azeite extravirgem do Nordeste

Iguaria da Chapada Diamantina, o azeite Rio de Contas tem conquistado paladares e se destacado no cenário gastronômico mundial como um produto de qualidade rara. Produzido a mais de um mil metros de altitude, este azeite extravirgem, o primeiro do Nordeste, é marcado por sabores tropicais e já conquistou prêmio em um concurso internacional de Paris.

Com um processo de produção cuidadoso e artesanal, o azeite Rio de Contas é extraído de azeitonas selecionadas, cultivadas de forma sustentável em terras férteis e sob condições climáticas que remetem a um terroir de tipo mediterrâneo. Fruto de um projeto familiar, as oliveiras do tipo ‘arbequina’ produziram o primeiro azeite de oliva da história do Nordeste, que conquistou a medalha de ouro no concurso Olio Nuovo Days de Paris, em 2021.

Segundo o produtor Christophe Chinchilla, o plantio das oliveiras foi realizado em uma fazenda experimental do município de Rio de Contas, há cerca de quinze anos. A primeira colheita, ainda modesta, aconteceu em 2018, sem a produção de azeite. Três anos mais tarde, e depois de algumas adaptações agronômicas, a nova colheita rendeu uma safra histórica, que inaugurou a Bahia e o Nordeste como terras de produção de azeite de oliva.

Em Rio de Contas, novos testes estão sendo conduzidos, incluindo a técnica do sombreamento. Conforme Chinchilla, duas oliveiras que tradicionalmente florescem e frutificam todos os anos estão localizadas à sombra de um pequizeiro de grandes proporções. Especula-se que essa condição possa estar influenciando dois aspectos cruciais: primeiro, o aumento da disponibilidade de frio, uma vez que ambientes sombreados tendem a ser mais frescos; e segundo, a mitigação da seca, que na Chapada Diamantina coincide com o início da primavera.

De acordo com os observadores, as árvores só começam a florescer em setembro, momento em que o calor é mais intenso devido à falta de chuvas prolongadas, o que também aumenta o risco de incêndios. Como resultado, a floração muitas vezes é seguida por uma quebra na produção devido às altas temperaturas. A prática do sombreamento surge como uma possível solução para esses desafios, embora ainda não tenha sido comprovada por testes formais.

Informações do A Tarde
Foto: Freepik

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