SAIU NA ADORO: A ansiedade e a mulher nos tempos atuais

Artigo

@patriciateubner_

Cada vez mais as mulheres conquistam espaço e reconhecimento profissional e pessoal. Fala-se muito em autonomia e liberdade feminina. Mas o que é muito comum estar associado a tudo isso, e que vejo no consultório, são mulheres cansadas, sobrecarregadas e adoecidas. Então, pensemos juntos sobre essa questão importante que me intriga:

O quanto as mulheres fazem por si diante do que realmente poderiam?

É essa a realização que desejam?

Essas são as chamadas mulheres fortes, que querem dar conta de tudo, desdobram-se em mil funções. Muitas vezes trabalham fora, estudam, cuidam da casa, dos filhos, ou familiares, do parceiro afetivo, acham tempo para os amigos e para o crescimento profissional. Tempo para si já é pedir demais. Para descansar, os cuidados pessoais e a saúde: geralmente, nunca sobra! Será que ser essa “supermulher” foi a sua própria escolha?

Por trás de muitas mulheres fortes existem histórias duras e traumáticas; de muitas privações, abandonos, dores e tristezas profundas. Por trás dessa mulher existe uma menina profundamente ferida e insegura, que precisou engolir o choro para seguir em frente da melhor maneira possível. Pode ser que exista uma menina solitária que quer satisfazer as expectativas de todos e nunca ficar só, nunca ser rejeitada, e sim, amada. Talvez ela precise que o outro confirme o que ela não sabe sobre si mesma. Mas esse é um lugar muito perigoso e não é saudável. É um lugar de dependência e escravidão emocional. E como fica a tal liberdade e autonomia dita lá no começo da matéria? Estar presa a tantas responsabilidades, que muitas vezes nem são suas, é ser livre e ter autonomia? Estar cada vez mais exausta, perdida, não se reconhecer, estar triste ou ansiosa, ou não ter tempo para si é realmente a vida que ela sempre quis?

Uma pesquisa realizada pela ONG Think Olga em agosto de 2023 aponta que 45% das mulheres brasileiras têm um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outro transtorno mental, num quadro de esgotamento. A situação financeira é o que mais gera insatisfação para as brasileiras hoje, seguida da sobrecarga do trabalho e cuidados com a família.

Outros fatores que contribuem para o esgotamento feminino são as pressões sociais, as cobranças relativas a padrões estéticos cada vez mais distantes da realidade, a falta de reconhecimento, a violência, o preconceito e a desigualdade.

É um desafio para as mulheres estarem inseridas nesse cenário diariamente. Realmente, é preciso ser forte e enfrentar, mas também reconhecer sua fragilidade e seus limites, o momento de se recolher para se fortalecer para novas batalhas. Buscar ajuda no momento certo, elaborando seus conflitos e traumas para seu amadurecimento e realização.

A mulher forte não é aquela que vai lutar em todas as batalhas; essa só existe na imaginação. Também não é a mulher “trem descarrilhado”, que segue fazendo tudo e ninguém para! A mulher forte é sábia, sabe o momento de parar e de avançar, não precisa provar sua força pra ninguém. Senti-la dentro de si já é o suficiente.

Você pode se conectar com a sua essência, lidar melhor com suas emoções, resolver seus conflitos e traumas, construir relações saudáveis e viver uma vida que vale a pena!

Mulher, você não está sozinha! Quer saber mais sobre o que é ser uma mulher forte? Vem comigo!

Patricia Teubner é psicóloga, especialista em clínica psicanalítica. Realiza psicoterapia individual e com casais, grupos terapêuticos e pré-natal psicológico. Atua com atendimento presencial (Barreiras-BA) e online. CRP 03/02616.

 Foto: Guilherme Augusto

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