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Texto: Ananda Costa e Simone Regina
O trigo é um dos principais cereais consumidos no mundo. Ele apresenta uma grande variedade de derivados, como a farinha, o farelo, o gérmen e a fibra. Na mesa do brasileiro ele está presente em pães, bolos, massas, biscoitos e numa gama de outros produtos. No Brasil ele é produzido em mais de 133 mil propriedades rurais e, de acordo com a Agro Plus, o consumo atual do cereal no nosso país é de, aproximadamente, 12 milhões de toneladas.
Com base em um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as produções de trigo no país avançaram significativamente, correspondendo a um incremento de aproximadamente 12% da área estimada para a safra 2022/23 no Brasil. Segundo Aloísio Júnior, Gerente de Agronegócio na Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), a previsão é que na próxima safra se tenha uma área próxima a 20 mil hectares, e a produção poderá chegar ao recorde de 110 mil toneladas somente na região Oeste da Bahia.
Aloísio destaca que a produção recorde de trigo representa ganhos relevantes para a economia da região, do estado e do país. Além disso, promove a criação de novos nichos de mercado, reduzindo a dependência das importações. “O Brasil importa mais de 85% do volume total necessário para suprir a demanda de abastecimento interno, que na grande maioria é produzido na Argentina, que atualmente é o principal fornecedor de trigo do país”, explica.
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Com o sucesso dessa colheita é necessária a implementação de inovações tecnológicas. São elas que contribuem para o melhor aproveitamento da produção. “A adição de novos materiais adaptados à região, resistentes ao stress hídrico e às altas temperaturas, que foram criados e selecionados no ambiente oestino de calor e de pressão de doenças. Além disso, esses materiais tem característica melhoradora para qualidade da farinha e peso do hectolitro (PH), que está relacionado à extração, por isso são muito bem aceitos pelos moinhos.”
Redução de perdas e aproveitamento
Para evitar perdas e aumentar o aproveitamento, a colheita de trigo na região é realizada no período quente e seco. Aloísio enfatiza que alta umidade pode provocar danos prejudiciais na massa dos grãos, pois estes se deterioram mais rapidamente quando armazenados com altas temperaturas e umidade elevada. “Recomenda-se que a armazenagem seja realizada com teores de água inferiores a 13% e temperatura em torno de 40 a 60ºC, o que ajuda a evitar a oxidação dos grãos e o surgimento de pragas, como fungos e insetos”, ressalta.
Segundo Aloísio, para os próximos anos os produtores de trigo no Oeste da Bahia esperam mais apoio na cadeia e mais investimento em moinhos no Brasil, tendo em vista o potencial produtivo da cultura na região. “O Trigo é uma importante cultura que desempenha um quesito indescritível na segurança alimentar do país. Além da função básica, o trigo também é usado na fermentação de bebidas e no desenvolvimento de biocombustíveis. Trata-se de uma importante commodity que vem crescendo nas últimas safras no Brasil”, completa.
Fotos: Ascom Aiba e Reprodução
