CIRCUITO GASTRÔ: Hoje é Dia Mundial do Café, saiba quais são os 5 mais caros do mundo

Vai um cafézinho? O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo. A diferença para o primeiro lugar, ocupado pelos Estados Unidos, é de 4,7 milhões de sacas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). A importância do grão é tão evidente no país, que a primeira refeição do dia tem o nome da bebida: café da manhã.

No Brasil, são cultivadas duas variedades de café: arábica e robusta. O primeiro é mais delicado, e muito utilizado em blends de alta qualidade. O segundo, como o próprio nome já diz, é um café mais robusto e resistente, bastante utilizado na indústria de café solúvel.

Mas já imaginou pagar R$ 1,2 mil um quilo de café? No Brasil, o Café Jacu, cultivado no interior do Espírito Santo, na região da Mata Atlântica, é avaliado como um dos mais caros do país, em especial pelo seu processo de produção. Ele é ingerido, digerido e excretado pelo pássaro que dá nome à bebida: o Jacu.

O pássaro ingere o grão sem danificá-lo, em uma bicada só. Em seu sistema digestivo, ele libera ácidos e enzimas, que são absorvidos pelo café, fazendo a diferença em seu gosto. Por ser uma produção delicada, o Café Jacu se tornou premiado no mundo inteiro porque o resultado é tão equilibrado quanto saboroso.

O Café Jacu pode não estar no top 10 mais caros do mundo, mas ainda assim o preço é alto. Em média, 250 gramas do café exótico pode custar aproximadamente R$ 300.

Segundo Letícia Paiva, consultora de cafés especiais, são vários fatores que elevam um café a esse patamar de preços. “A excentricidade do processo do produtivo, como é o caso do Café Jacu, está no topo da lista. Conquistar altas pontuações e prêmios em competições também agregam maior valor e ajudam a elevar o preço” O câmbio, os custos dos insumos, a complexidade de produção, o local da colheita e o volume da safra, além de fatores socioeconômicos, também entram na avaliação.

Nesse Dia Mundial do Café, comemorado neste dia 14 de abril, PEGN, fez uma lista especial, com base em informações da Organização Nacional do Café e do Coffee Quality Institute. Veja a seguir os valores médios praticados no comércio de cinco cafés que estão entre os mais caros do mundo:

Kopi Luwak – R$ 14.700/kg

Mais famoso de todos, o Kopi Luwak é produzido na Ilha de Bali, na Indonésia. Ele é fabricado a partir das fezes da civeta, um pequeno mamífero que lembra um guaxinim. Os grãos de café são fermentados ao serem ingeridos pelo animal. Enzimas secretadas durante a digestão dão o sabor diferenciado à bebida, que ganha nuances frutadas.

O quilo do Kopi Luwak é vendido por um preço médio de US$ 2.880 (cerca de R$ 14.700), valor mais alto ao redor do mundo.

Black Ivory Coffe – R$ 12.317,85/kg

Com notas de chocolate, malte, especiarias, um toque de grama e sem o sabor queimado ou amargo do café comum, o Black Ivory Coffee é conhecida mundialmente. Do norte da Tailândia, também tem animais envolvidos na produção. Elefantes consomem os grãos de café arábica e, durante a digestão dos animais, o ácido estomacal quebra as proteínas do grão os tornando macios e com um sabor único. Em seguida, os grãos são coletados, processados e secos. O processo é bem delicado, porque poucos grãos saem inteiros.

Café Geisha – R$ 10 mil/kg

Originário da floresta Gori Geisha, na Etiópia, esse café do tipo arábica passou pela Tanzânia, Quênia e Costa Rica antes de chegar ao Panamá, na década de 1960, onde ganhou fama e destaque. O grão possui características sensoriais específicas e dá origem a um café que parece chá. Em setembro de 2022, a fazenda da Família Lamastus, teve um quilo do seu grão ainda verde leiloado a US$ 6.034. Convertido na cotação da época, o valor passa dos R$ 70 mil.

No Brasil, o café Geisha ainda é raro encontrar em lavouras, gôndolas e até mesmo cafeterias especializadas. Apesar disso, um Geisha produzido no Vale do Jequitinhonha (MG), foi o vencedor do Cup of Excellence 2018, sendo vendido por quase R$ 73 mil a saca. Não é para menos: sua pontuação foi de 93,84 na classificação da metodologia Specialty Coffee Association.

Café Ospina Dynasty Premier Grand Cru – R$ 10 mil/kg

Cultivado na Colômbia, o quilo do Café Ospina pode chegar até R$ 10 mil. Mas há uma explicação para esse preço: a produção é extremamente valorizada por se tratar de uma fazenda localizada em terras de região vulcânica. O solo contribui para que a bebida tenha um aroma que mistura pêssego, laranja e jasmim com notas de chocolate, coco e macadâmia.

Café de Santa Helena – R$ 1.600/kg

Produzido no meio do Oceano Atlântico, entre a América do Sul e a África. O café faz sucesso, por ter agradado o paladar de Napoleão Bonaparte. Ele era um grande apreciador da bebida, Bonaparte gostava tanto do sabor do grão produzido na ilha, que tratou de manter uma plantação, a qual existe até hoje. O que encarece o quilo do Café Santa Helena, é o transporte, já que a ilha continua isolada, gerando uma logística mais complicada. O quilo desse café custa por volta de R$ 1.600.

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Fotos: Reprodução

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