Texto: Ananda Costa

A presença feminina no setor agrícola brasileiro tem sido cada vez mais significativa ao longo dos anos, contribuindo de maneira substancial para o desenvolvimento e a produtividade do campo. Segundo a pesquisa “Mulheres no Agronegócio”, realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) em 2023, cerca de 20% dos empreendimentos rurais no Brasil têm mulheres à frente como líderes. No entanto, na região Nordeste do país esse índice é ainda mais expressivo, alcançando aproximadamente 60% das empresas que operam nesse setor.

Para que cada vez mais tenhamos mulheres em cargos de liderança no agro, algumas políticas ainda precisam ser implementadas. Por isso, com o intuito de somar e fomentar o desenvolvimento de lideranças femininas no agronegócio, surge a Comissão FAEB Mulher, formada por 9 mulheres e presidida por Carminha Missio, vice-presidente da Federação e Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), eleita pela Forbes uma das 100 mulheres mais poderosas do agro.

Lançada no e-Agro, uma Feira de inovação, tecnologia agropecuária e geração de negócios, realizada em Salvador em novembro de 2023, a comissão tem como objetivo promover a inclusão e capacitação de mulheres, visando igualdade de oportunidades e fortalecimento da sua participação nesse ramo. “A comissão chega para agregar um trabalho que já existe, mas agora de forma segmentada, com um olhar voltado cuidadosamente para a mulher, o que não significa dizer que queremos segregar. Pelo contrário, nosso intuito é somar. Para isso é preciso nos organizar e nos fortalecer, para que possamos fortalecer também o sistema sindical e, consequentemente, o setor”, explica Carminha Missio.

Como proposta para o plano de ação em 2024, a comissão prevê 11 iniciativas para o desenvolvimento das mulheres dentro do âmbito do agronegócio, como por exemplo: representação institucional em comissões e comitês (137, dessas 18% ocupado por mulheres) e promover o II Fórum das Mulheres no Agro Baiano, que no ano passado reuniu mais de 54 representantes de todo o país. “Acredito que isso será um divisor de águas para muitas de nós, do campo, que nos sentiremos representadas e representantes de uma classe, sendo voz e ouvidos da nossa causa. O resultado será mais mulheres líderes e com poder de decisão e gerador de negócios”, conclui Carminha.

Fotos: Calan Sanderson / Arquivo Pessoal