Alimentação pode influenciar a chegada da menopausa?

Postergar a menopausa é desejo cada vez maior de quem quer ter filhos mais tarde, seja por questões ideológicas ou financeiras. Entretanto, o fim da menstruação pode vir mais cedo (antes dos 40 anos) para cerca de 1% das mulheres. Os fatores de risco mais relevantes para essa precocidade são mutações genéticas, fatores idiopáticos (que não têm causa conhecida), infecções, tabagismo e cirurgias. Entretanto, há estudos relacionando a menopausa precoce à alimentação.

Uma pesquisa publicada em julho de 2018 e feita por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, associou o alto consumo de massa e de arroz à chegada da menopausa um ano e meio mais cedo do que a idade média das mulheres que entram na menopausa naquela região (cerca de 51 anos). Ao todo, os pesquisadores analisaram 914 mulheres, que tinham entre 40 e 65 anos, por quatro anos.

O estudo, porém, descobriu outra associação entre a dieta e o fim da menstruação: mulheres que consumiam mais peixes oleosos e leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico) frescas tiveram um atraso de 3,3 anos e 0,9 anos, respectivamente, no início da menopausa.

Relação não é de causa

Antes que você pare de comer carboidratos refinados para sempre e comece a se empanturrar de feijão e peixe, é importante saber que o estudo não encontrou uma relação de causa e consequência entre o consumo desses alimentos e a menopausa. O que esse estudo pode mostrar é que a alimentação pode ter um papel no fim da menstruação.

Leguminosas e peixes contêm antioxidantes, importantes contra a ação dos radicais livres, que podem impedir a maturação dos óvulos. Já os carboidratos refinados aumentam o risco de resistência à insulina, o que pode interferir na atividade dos hormônios sexuais, aumentando os níveis de estrogênio.

Existe solução?

Como a genética e fatores não explicáveis podem estar por trás da menopausa precoce, não há uma solução para ela. Segundo Roberto de Azevedo Antunes, diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, a mulher tem uma quantidade finita de óvulos. Quando ela nasce, tem de 1 a 2 milhões de óvulos, e quando começa a menstruar, tem de 400 a 500 mil.

Com informações da Uol.
Foto: Freepik

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