Paulista bilíngue de 5 anos entra para clube mundial de superdotados

Filippo de Castro Morgado, de 5 anos, é um dos mais novos integrantes do clube mundial de pessoas com alto QI.

Atualmente, a Mensa Brasil tem 2.014 brasileiros em seu quadro de associados, sendo 58 deles menores de idade, segundo a instituição.

O menino, que vive com a mãe, Roberta de Castro, na Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, recebeu o resultado da aprovação para a sociedade no dia 21.

Superdotação

A mãe conta ao G1 que, desde os 2 anos, Filippo já dava indícios de comportamentos “atípicos”. Ainda segundo Roberta, os familiares e amigos também percebiam e comentavam que a inteligência do menino parecia ser acima da média para a idade dele.

“O choque veio quando ele leu a placa dos carros no estacionamento do prédio aos dois anos e meio. A gente estava descendo para passear, ele parou, pediu para esperar e começou a ler todas as placas até chegar ao nosso carro.”

Não para por aí: com apenas 3 anos, o menino passou a falar inglês fluentemente. Segundo a mãe, ele aprendeu o idioma sozinho, por meio de desenhos no idioma. E gostou tanto que passou a querer falar a língua em casa com a mãe, que precisou fazer aulas do idioma para acompanhá-lo.

Em um determinado dia, Roberta resolveu acessar um checklist de questões de superdotados na internet e viu que os comportamentos pareciam muitos familiares com os que ela observava no filho.

“Muitas coisas que a maioria deles têm: atenção extrema quando está desenvolvendo um projeto, facilidade de comunicação e de memorização, raciocínio lógico imediato, criar vários brinquedos a partir de um brinquedo. Eu falei, nossa, esse aqui é meu filho! E me deu um supermedo.”

As suspeitas ficaram maiores depois que ela e a criança passaram a ficar mais tempo juntos em casa, com a pandemia da Covid-19.

“Foi justamente na pandemia quando eu vi que, realmente, ele se comportava de uma maneira muito ágil, muito diferente das outras crianças, e aí eu fui buscar informação.”

“O choque veio quando ele leu a placa dos carros no estacionamento do prédio aos dois anos e meio”, conta a mãe

Em 2021, Roberta tomou a decisão de procurar uma neuropsicóloga. Na época, Filippo, com 4 anos e 7 meses, foi submetido ao teste de QI com a metodologia do Son-R (não verbal), e teve o resultado: o menino alcançou o percentil de 99% em laudo e QI 134, relativo a uma criança de 7 anos e 8 meses, comprovando a superdotação.

A profissional responsável pelo diagnóstico de Filippo também resolveu aplicar o Wisc IV para entendimento melhor do caso, ainda que este segundo teste só possa ser feito em crianças acima de 6 anos. Filippo foi submetido ao teste como treineiro, e o resultado comprovou as habilidades que a mãe já notava.

“No laudo, ele foi mais pontuado em aritmética, raciocínio lógico e memória. São os três pontos que ele foi acima da média para a idade dele. Além disso, o resultado mostrou que ele tinha, no ano passado, a idade cognitiva de 7 anos e 8 meses. Justamente por essa questão que ele pontuou muito alto na resolução de problemas de matemática”, destacou a mãe em entrevista ao G1.

Superdotados no Brasil

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no país, em 2013.

No Brasil, há 24.424 estudantes com altas habilidades/superdotação, segundo o Censo Escolar. Este número, no entanto, é pequeno se comparado à estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), de que 5% da população mundial tem algum tipo de alta habilidade.

Com informações do G1.
Foto: Arquivo Pessoal

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