Um homem que vive com HIV desde a década de 1980 foi curado, dizem seus médicos. Este é apenas o quarto caso do tipo no mundo.
Ele recebeu um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia, e o doador era naturalmente resistente ao vírus.
O que torna a população negra mais vulnerável ao HIV e a morrer por complicações da Aids
O homem de 66 anos, que pediu para não ser identificado, parou de tomar medicamentos para o HIV. Ele disse estar “mais que grato” pelo vírus não poder mais ser encontrado em seu corpo.
O homem é conhecido como o Paciente City of Hope (“Cidade da Esperança”, em português) em homenagem ao hospital onde foi tratado em Duarte, na Califórnia.
Santo Graal
O paciente foi monitorado de perto após o transplante, e seus níveis de HIV se tornaram indetectáveis em seu corpo e permanecem assim há mais de 17 meses.
“Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos”, disse Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.
A primeira vez em que um caso semelhante aconteceu foi em 2011, quando Timothy Ray Brown – conhecido como o Paciente de Berlim – se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV.
Outros três casos semelhantes foram registrados nos últimos três anos.
O paciente do City of Hope é a pessoa mais velha e que vive com HIV há mais tempo a ser tratada dessa maneira.
No entanto, os transplantes de medula óssea não vão revolucionar o tratamento para os 38 milhões de pessoas que têm HIV no mundo atualmente.
“É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV”, afirmou Dickter.
No entanto, os pesquisadores estão procurando maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 usando terapia genética.
O caso foi apresentado na conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá.
Ao comentar o anúncio, Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse: “A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV”.
Ela disse que houve “um punhado de casos de cura individual antes” e eles forneceram “esperança contínua para pessoas que vivem com HIV e inspiração para a comunidade científica”.
Com informações da BBC.
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