Temperatura do Reino Unido passa de 40ºC pela primeira vez na história

O Reino Unido registrou nesta terça-feira (19) mais de 40ºC pela primeira vez em sua História, em meio à onda de calor extremo na Europa. A previsão é que as temperaturas continuem a subir nas próximas horas, após aquela que também foi a noite mais quente desde que os registros começaram, há mais de um século e meio.

O Met Office, o serviço nacional de meteorologia, emitiu um alerta de calor extremo para boa parte da Inglaterra, incluindo o Norte e o Sudeste — um alerta de que há, inclusive, possíveis riscos para vida. Na Escócia, outra nação do Reino Unido, o calor também deverá ser sem precedentes, um dia após o País de Gales bater seu próprio marco.

Os 40,2ºC foram registrados em Heathrow, onde fica o aeroporto londrino, às 12h50 (8h50, hora do Brasil). Antes desta quarta, o recorde era de julho de 2019, quando os termômetros marcaram 38,7ºC na cidade de Cambridge.

Ondas de calor

O marco de 2019 já havia sido ultrapassado um pouco antes de meio-dia no Reino Unido, quando a temperatura chegou a 39,1ºC em Charlwood, no Surrey, Sudoeste inglês. Ao menos outras quatro cidades também registraram temperaturas acima do recorde prévio, segundo o Met Office.

Na segunda-feira (18), quando algumas rodovias derreteram, museus fecharam e trens precisaram interromper seu serviço, os termômetros ficaram ao redor de 38ºC. A madrugada também não deu trégua, com temperaturas acima de 25ºC em várias partes do país, as maiores marcações desde que a contabilização começou. O recorde noturno anterior era de 23,9ºC, registrados em Brighton há quase 32 anos.

A previsão, contudo, é que a quarta-feira seja mais amena, com os termômetros abaixo dos 30ºC.

Foto: Matt Dunham/ Associad Press

A onda de calor europeia, a segunda em um mês, é o que cientistas chamam de evento climático extremo, que se tornam cada vez mais comuns devido à crise climática. Com a piora do aquecimento global intensificado pela atividade antropogênica, devem se tornar ainda mais frequentes nas próximas décadas.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), o braço da Organização das Nações Unidas que compila e avalia a produção de pesquisa mais recente sobre o tema, a Humanidade já vive o período mais quente em mais de 125 mil anos. Desde a segunda metade do século XIX, época pré-industrial, o planeta já esquentou cerca de 1,1ºC.

Para evitar um cataclisma, alertam os cientistas, é fundamental limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC até 2100, em relação aos níveis pré-Revolução Industrial. Para que isso ocorra, no entanto, os países precisam agir com rapidez e coletivamente para neutralizar as emissões de gases causadores de efeitos estufas até o meio do século — realidade que, neste momento, é distante.

Com informações de O Globo.
Foto de capa: Reprodução

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