Mercado de luxo cresce 17% no primeiro trimestre de 2022, entenda os fatores

Depois de um baque em 2020 devido às restrições causadas pela pandemia do coronavírus, o mercado de luxo registrou forte avanço em 2021. Segundo dados da consultoria Bain & Company, no ano passado o consumo de alta renda movimentou € 288 bilhões (R$ 1,84 trilhão considerando o valor médio do euro em 2021), o equivalente a um avanço de 7% em relação a 2019 e acima da projeção de € 283 bilhões da consultoria.

Em relatório, a XP Investimentos indica que tem uma visão construtiva para o setor varejista de luxo, visto que o consumidor de alto padrão é o menos afetado pelo cenário macroeconômico de alta inflação e aumento dos juros.

Somente no primeiro trimestre deste ano, o mercado de luxo registrou uma expansão entre 17% e 19% em comparação com o mesmo período de 2021, indica a Bain & Company – um crescimento acima da média de 2021 e 3% superior à média de 2019 (base comparativa pré-pandemia).

“As empresas focadas no mercado de alto padrão apresentaram resultados fortes [no primeiro trimestre de 2022], reforçaram que a demanda segue resiliente e revisaram suas expectativas de vendas do ano para números altistas”, diz o relatório assinado pelos analistas Pietra Guerra e Rafael Nobre e pela estrategista de ações Jennie Li.

As projeções da Bain & Company indicam números otimistas para o segmento no curto e no médio prazo. Para o final de 2022, a expectativa é de que o mercado de luxo atinja um crescimento entre 10% e 15% em relação a 2021, com um volume financeiro entre € 320 e € 330 bilhões (R$ 1,74 e R$ 1,79 trilhão, considerando a cotação atual do euro).

Em 2025, a consultoria prevê que a indústria de luxo movimente entre € 360 e € 380 bilhões (R$ 1,96 e R$ 2,07 trilhões).

“Apesar dos desafios macroeconômicos significativos, incluindo inflação, desaceleração do crescimento do PIB e o conflito Rússia-Ucrânia, o mercado de bens de luxo pessoais mostrou-se resiliente mais uma vez”, escreveu Claudia D’Arpizio, sócia da Bain & Company, no estudo da consultoria.

Fatores que impulsionam o mercado de luxo neste ano:

1 – Formação de poupança durante a pandemia

De acordo com os analistas da corretora, em períodos de crise, a população mais rica consegue aumentar as suas reservas financeiras. “Houve formação de poupança circunstancial, que ocorre quando a pessoa consegue manter a renda, mas acaba não tendo onde gastar devido às medidas de isolamento social”.

2 – Volta dos eventos sociais

Um dos motivos para o acúmulo de renda, segundo o relatório, foi a falta de oportunidade para compras físicas e também de ocasiões de uso. “A reabertura econômica abre caminho para que essa demanda reprimida seja absorvida.”

3 – Mercado consumidor menos afetado pela inflação

Atendendo a um consumidor menos impactado pela inflação, as empresas focadas no público de alta renda conseguem repassar o aumento de custos de forma mais eficiente, afirmam os analistas da XP. “Há aumento nos preços sem que isso reflita diretamente na perda de vendas”.

Com informações da Forbes.
Foto: Rachel Claire/ Pexels

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