Empresas na Bolsa de Valores brasileiras perderam R$ 439 bilhões no primeiro semestre

As empresas com ações na bolsa de valores brasileira registram um saldo de R$ 439 bilhões em perda de valor de mercado no primeiro semestre de 2022, segundo dados de um levantamento da plataforma Economatica.

Das 343 empresas avaliadas, 277 tiveram perda de valor entre 1º de janeiro e 30 de junho, totalizando R$ 583,24 bilhões, ou queda de 19,31%. Já 66 registraram alta, somando R$ 144,06 bilhões, um crescimento de 14,83%. Com isso, o saldo foi negativo, de R$ 439,18 bilhões.

A varejista Magazine Luiza liderou as perdas no período, com decréscimo de R$ 32,5 bilhões, uma queda de 208,54%.

A empresa foi seguida, respectivamente, pela Ambev (queda de R$ 31,7 bilhões), Rede D’Or (R$ 31,1 bilhões), Weg (R$ 27,3 bilhões) e Raizen (R$ 19,2 bilhões).

O maior ganho de valor no período foi da Eletrobras, no mesmo semestre em que houve a conclusão do processo de capitalização da agora ex-estatal. Em seis meses, o ganho foi de R$ 49,3 bilhões, ou 48,52%.

Completam a lista de maiores ganhos o Banco do Brasil (alta de R$ 12,9 bilhões), o ItaúUnibanco (R$ 11,1 bilhões), o BBSeguridade (R$ 10,4 bilhões) e a Hypera (R$ 6,1 bilhões).

A queda ocorre no mesmo período em que o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, acumulou uma perda de 5,99%.

A bolsa chegou a ter um primeiro trimestre positivo, apoiado na entrada de investimentos estrangeiros em busca de ações descontadas e ligadas a commodities, devido à alta nos preços internacionais desses produtos.

Entretanto, no segundo trimestre o índice entrou no vermelho, e perdeu o patamar dos 100 mil pontos.

O mercado de ações brasileiro é prejudicado por um ambiente externo desfavorável, com investidores avessos a riscos enquanto temem um quadro de recessão global com uma série de alta de juros pelo mundo, em especial nos Estados Unidos, e efeitos de situações como a guerra na Ucrânia e novos lockdowns na China.

A perspectiva de uma recessão afeta especialmente as ações de commodities, com forte peso na bolsa e alto valor de mercado, que seguem as quedas nos preços desses produtos com a perspectiva de uma demanda global menor.

Internamente, a taxa Selic elevada estimula uma migração para a renda fixa, e o retorno do risco fiscal com a PEC dos Benefícios afastou investidores estrangeiros, piorando o quadro.

A pedido do CNN Brasil Business, a Economatica também elaborou uma série histórica do valor das empresas com ações na B3 desde 2016, totalizando 241 companhias.

No período, a primeira perda de valor foi registrada em 2021, de R$ 694,54 bilhões, equivalente a um recuo de 16,10%. No ano passado, essas empresas totalizaram R$ 3,61 trilhões em valor.

Considerando as perdas nos seis primeiros meses de 2022, o valor atual seria de R$ 3,18 trilhões.

Tanto o valor de 2021 quanto de 2022 estão distantes do pico na série, registrado em 2020. Ao fim daquele ano, as 241 empresas somaram R$ 4,31 trilhões em valor de mercado.

Com informações da CNN.
Foto: Yan Krukov/ Pexels

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