Especialista dá dicas de como escolher bons investimentos mesmo num cenário incerto

Jhonnathan Fischer Costi (Foto: Divanildo Silva)

Mudanças importantes no país e no mundo geram impactos nas bolsas de valores internacionais e nas possibilidades de investimento. Uma delas é a pandemia, que devastou a economia no cenário global e transformou o mercado financeiro no maior teste desde a Segunda Guerra Mundial, como afirma Jhonnathan Fischer Costi, agente autônomo certificado pela AAI/Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) e assessor de investimentos da Onix Capital, contratada pelo Banco BTG Pactual, em Barreiras (BA). Ele acrescenta que a guerra entre a Ucrânia e a Rússia agravou ainda mais esses efeitos, dificultando a recuperação e causando turbulências e restrições nas cadeias de suprimentos. 

Aqui no Brasil as consequências vão além do conflito e se unem aos problemas próprios do país, como a inflação, a alta de juros e a polarização gerada pela corrida eleitoral, o que acaba interferindo na bolsa brasileira: “Levando em conta os anos de eleição, a volatilidade média mensal do Ibovespa aumenta 10,6%”, explica Jhonnathan.

O panorama, apesar da complexidade, ainda oferece excelentes opções de investimentos, como garante o especialista: “O ano de 2022 tem se mostrado de muita resiliência para a economia e para os investidores que buscam se sobressair em meio a tantos riscos, e apesar da volatilidade normalmente estar relacionada aos riscos, ela também representa oportunidade de bons negócios.”

Jhonnathan ensina que o segredo é adequar as estratégias de curto, médio e longo prazo. “O investidor que está iniciando, muitas vezes ainda formando a reserva de emergência, deverá buscar caminhos com menos riscos, pois a volatilidade pode comprometer em totalidade os investimentos. Já aqueles investidores com mais apetite a riscos, podem diversificar a carteira de modo a preservar suas economias e buscar rentabilidades maiores, comprometendo uma parte mínima dos recursos financeiros e acumulando patrimônio.”

A cautela e o planejamento também são excelentes estratégias, como lembra o agente de investimentos: “O Banco Central projeta reduções da taxa básica de juros apenas para o segundo semestre de 2023, dessa forma, é possível elaborar estratégias aproveitando produtos pré-fixados, que quando negociados, já informam ao investidor a taxa contratada e qual será o resultado daquele investimento no período. Outra forma é aproveitar os títulos pós-fixados, que seguem o movimento da alta de juros do mercado. Existem também os títulos híbridos, que unem os dois tipos anteriores, podendo trazer grande diferencial na performance e estratégia da carteira de investimentos.”

O profissional alerta que embora a bola da vez seja a renda fixa, não se deve deixar de olhar outros produtos que remuneram de forma variável: “Um bom exemplo é entrar para a sociedade de boas empresas, robustas e capazes de performar mesmo em momentos de incerteza e tensões econômicas, podendo inclusive remunerar o investidor com o pagamento de dividendos, além da participação em movimentações relacionadas às commodities, que nesse período, a demanda global se mostra tão forte.”

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