Condomínios voltados para idosos são nova aposta do mercado imobiliário

Ativos, saudáveis, independentes, repletos de planos e com vontade de viver bem. Os idosos do país nunca foram tão ativos como são hoje. Os constantes saltos na expectativa de vida, aliados à estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o número de idosos deve superar o de crianças e jovens de até 14 anos já em 2031, mostram uma crescente transformação na sociedade brasileira quando o assunto é envelhecimento.

Enquanto muitos escolhem viver sozinhos, com os filhos ou até em casas de repouso, outra possibilidade começa a ganhar corpo no mercado imobiliário nacional: moradias de alto padrão com infraestrutura que acompanha as demandas que surgem para quem tem mais de 60 anos.

No lugar de uma instituição de longa permanência, com entrada e saída restrita, por exemplo, o comprador recebe um apartamento elaborado com sofisticação, totalmente independente, mas com acesso a uma variada gama de serviços, como atividades físicas especializadas e enfermaria 24 horas. Há duas modalidades: serviços já incluídos no valor do condomínio e outros, pagos à parte, conforme as necessidades da pessoa. Esse conceito é chamado de “aging in place”, algo como “envelhecer em casa”, é bastante difundido nos Estados Unidos e na Europa, mas só agora começa a ganhar força por aqui.

“Na América Latina essa ideia de ir morar com os filhos na velhice sempre foi muito forte, mas isso começa a mudar, já que o perfil dessas pessoas também mudou”, explica a geroarquiteta Flávia Ranieri. Para ela, esse público, hoje chamado de “novos velhos”, “longevos” ou “maduros” e não mais de “terceira idade” começa a pensar em maneiras confortáveis de enfrentar essa fase da vida e por que não um local só seu, mas com algumas adaptações? “Antes se pensava em uma moradia adaptada que tinha aquela aparência de hospital e agora o foco está no bem-estar”, explica. E, detalhes que parecem pequenos podem ter uma importância crucial para quem tem problemas de mobilidade, ou seja, desníveis do piso, encontrados no acesso a sacadas e varandas, podem ocasionar muitos acidentes. Por isso, portas largas, banheiros amplos e pisos táteis e antiderrapantes são obrigatórios nesses novos empreendimentos.

Com informações de Taísa Szabatura para a IstoÉ.
Foto: Gpointstudio

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