Em 2030, o frango deve representar 41% de todo consumo

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e o segundo maior produtor global. A quantidade produzida em território nacional em 2021 foi de 14,3 milhões de toneladas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, com cerca de 20 milhões de toneladas, e da China, com 14,7 milhões de toneladas.

Internamente a proteína de aves é a preferida dos brasileiros, com consumo per capita muito superior às demais. Pela sua elevada produção, o Brasil destina 75% da carne suína para consumo interno e 25% para o mercado externo. No caso de frango de corte, de cada três aves produzidas no País, dois atendem o consumo interno (66%) e um vai para exportação (33%). Diante disso, o Brasil tem adequado quase que em tempo real as exigências dos mercados importadores.

Na China, a carne suína continua sendo a preferida, mas a alta dos preços provocou um aumento no consumo de aves. No Brasil não é diferente. Por aqui, a proteína já é a principal e deve representar 51% de todo o consumo em 2022.

Em 2030, o frango deve representar 41% de todo consumo, abrindo ainda mais distância em relação aos suínos (34%), bovinos (20%) e ovinos (5%). Os peixes não entram na conta.

Uma soma de fatores fez com que o setor alcançasse este posto de destaque, tanto no mercado interno quanto no internacional.

Enquanto vemos grandes produtores de carne de frango da Europa, Ásia, África e América do Norte sofrerem com focos de influenza aviária, o Brasil se mantém livre da enfermidade.

O fato de ser mais sustentável e acessível, contudo, só explica uma parte dessa ascensão. O fato de produzirmos em um ambiente com clima relativamente ameno é outro fator que favorece o Brasil, visto que parte dos competidores internacionais enfrentam oscilações de temperaturas bem mais severas.

Além disso, o consumo de aves não sofre nenhuma restrição religiosa ao redor do mundo, diferentemente do que acontece com bovinos e suínos. O islamismo, por exemplo, é a religião que mais cresce no mundo e seus seguidores não comem carne de porco, assim como os judeus. Por isso, há uma tendência de estabilização das outras proteínas, que vão continuar crescendo, mas não no mesmo ritmo da carne de frango.

Outro aspecto importante para o número maior na produção é o tempo. “Como o ciclo do frango é mais curto que o das outras proteínas (45 dias em média), é possível crescer em capacidade de forma mais rápida do que suínos e bovinos. Assim, a indústria também reage de maneira acelerada quando a demanda é muito aquecida como está ocorrendo agora.

Informações de Mirela Luiz para a IstoÉ.
Foto: Daisy/ Pexels

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