JORNALISTA DESAPARECIDO MORA EM SALVADOR E ESCREVE LIVRO SOBRE A AMAZÔNIA

O jornalista Dom Phillips, que está desaparecido na região da Amazônia, colabora para vários jornais do mundo e está trabalhando no livro “Como salvar a Amazônia” desde o ano passado. Morando em Salvador, ele é correspondente no Brasil há mais de 15 anos.
Phillips viajava pela Amazônia com o indigenista Bruno Pereira, justamente em pesquisas para seu livro. Os dois não concluíram uma viagem até a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas. Em nota, a superintendência da Polícia Federal no Amazonas diz que está “acompanhando e trabalhando” no caso. Segundo a corporação, as “diligências estão sendo empreendidas e serão divulgadas oportunamente”.

O jornalista chegou ao Brasil em 2007, segundo O Globo. Além de Salvador, o jornalista já viveu também no Rio e em São Paulo.
O livro que ele escreve sobre a Amazônia tem apoio de uma bolsa da Alicia Patterson Foundation, que selecionou 9 jornalistas para se dedicarem ao tema. O jornalista é especializado na questão ambiental.
A sinopse do livro já está disponível no site da agência literária Janklow & Nesbit. “Dom Phillips viaja pelas profundezas da Amazônia para nos mostrar o lugar mais maravilhoso da Terra, com toda a sua glória vibrante, frágil e radiante: a Amazônia”, diz o texto.

O livro é descrito parte como um diário de viagem e parte como um guia sobre como seria possível evitar o colapso ambiental na região.
Ele já escreveu para jornais como The Guardian, que pediu urgência na busca por Phillips, The Intercept, The Washington Post, The New York Times, Bloomberg e The Huff Post, entre outros.
Nas redes sociais, o jornalista mantém perfil discreto. No Instagram, não atualiza desde o final de maio. No Twitter, compartilhou notícias sobre as chuvas em Pernambuco e matérias sobre questões econômicas no Brasil.

Desaparecimento
Segundo a Univaja, Bruno Araújo e Dom Philips, estão desaparecidos há mais de 24 horas, tendo se deslocado para visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próximo ao chamado Lago do Jaburu. A União diz que a dupla saiu da comunidade de São Rafael por volta das seis horas da manhã, rumo a Atalaia do Note, em uma viagem que dura cerca de duas horas, mas não chegaram à cidade no horário previsto.
Uma equipe da Univaja, formada por indígenas “extremamente conhecedores da região”, saiu em busca do indigenista e do jornalista, percorrendo o mesmo trecho que Bruno Pereira e Dom Phillips supostamente teriam percorrido, mas não encontraram vestígios da dupla.
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari ressaltou ainda que, na semana do desaparecimento, a equipe recebeu ameaças em campo. “A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da UNIVAJA, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, registrou a entidade em nota.
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Com informações Correio 24h

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