TECNOLOGIA NA PECUÁRIA: Inovações elevam produtividade e faturamento

Texto: Louise Calegari


A pecuária do Oeste baiano está em constante expansão e tem grande representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, já que a criação de bovinos, aves, caprinos e ovinos na região, abastece setores da indústria nacional e internacional de alimentos, de couro, farmacêutica e de fertilizantes.

Para crescer e oferecer resultados ainda mais positivos, o setor aposta cada vez mais na tecnologia, como explica o pecuarista Antonio Balbino, referência por ser o primeiro a implementar em suas fazendas do Oeste baiano, ferramentas que contribuíram para a modernização dos processos, permitindo a diminuição de estresse para os animais, eficiência na gestão, otimização de tempo, automatização de coleta de dados, maior controle do rebanho e melhores resultados em produtividade e lucratividade.

De acordo com Balbino, a tecnologia influencia de diversas formas a atividade pecuária, seja ela de leite ou de corte: “Quando falamos em pecuária, falamos também em seleção, desenvolvimento de produtos, aplicação de química, bioquímica, troca de informações, gerenciamento de processos, logo, todas estas atividades, sejam laborais ou cientificas, direcionadas para atividade pecuária, se utilizam de tecnologia e da inovação, destacando aqui cenários como os obtidos através da robótica e da informática”, explica o pecuarista.

Crédito: Lukas villas boas

O especialista destaca que a boa gestão de um rebanho é fundamental para a lucratividade do negócio: “Na época de nossos avós, por exemplo, a detecção e o controle dos animais eram feitos exclusivamente por um vaqueiro e essa contagem, muitas vezes, era comprometida negativamente devido a falta de um gerenciamento mais preciso. Hoje existem balanças de precisão que são instaladas diretamente no campo para pesagem do animal, numerado através de Chip, que ao passar em um ambiente onde o sensor está instalado, faz a pesagem automática, possibilitando informações atualizadas sobre o peso sem precisar levá-lo a um ambiente como um curral, por exemplo. Ferramentas como esta são como bússolas, que avaliam a necessidade de direcionamento dos animais para um novo pasto ou a necessidade de fazer algum ajuste na suplementação alimentar: “Esses equipamentos também ajudam a proteger os animais, o que faz com que seja possível substituir as cercas eletrônicas por colares inteligentes que ajudam ainda no monitoramento”, revela Balbino, que ressalta também que a informática e a robotização já são realidade nas pequenas e grandes fazendas.

O pecuarista lembra de outro aparelho que têm sido muito utilizado: o bastão de controle. Esse equipamento é capaz de mapear o rebanho com a tecnologia RFID (identificação por radiofrequência), eliminando a necessidade do registro manual de identificação de vacinas ou medicamentos que estão sendo aplicados no dia, cruzando as informações individualmente.

As inovações chegaram também ao setor que cuida da reprodução em bovinos de corte ou de seleção: “Hoje utilizamos muitos sistemas de reprodução como a inseminação em tempo fixo e a transferência de embrião (hoje praticada com a Fertilização In Vitro – FIV). Elas promovem mais velocidade ao processo de ganhos na ação reprodutiva da atividade pecuária e no processo de seleção. Com isso, conseguimos encurtar gerações e visualizar no DNA de animais muito jovens, até mesmo os diferenciais que eles possuem em certas características e assim avançar mais fortemente nos processos de seleção genética”, explica Balbino.
O empresário defende que a pecuária brasileira e principalmente a do Oeste da Bahia tem condições de mostrar ao mundo a potencialidade do mundo tropical, a partir de iniciativas como as conduzidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), com muito mais projetos ligados à produtividade, em menos área e com mais escalabilidade. “Estamos desenvolvendo tecnologia, conhecimento e processos que permitem ao Brasil ser protagonista de um dos ambientes mais competitivos na atividade Agropecuária mundial. Somos líder absoluto em exportação, em produção e muitos outros setores”, conclui.

 

@antoniobalbino.neto

  • Compartilhe: