Texto: Louise Calegari
Quando as pilhas e baterias perdem a validade, pouca gente sabe o que fazer com elas. O problema é que esses produtos precisam ser descartados corretamente pois podem causar danos à saúde e sério risco de contaminação no solo e no lençol freático, caso sejam jogadas no lixo comum.
A analista ambiental da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, Raquel Paiva explica, que estes equipamentos ao perderem a vida útil merecem atenção, pois possuem substâncias tóxicas: “As pilhas e baterias são consideradas resíduos perigosos, pois alguns tipos podem conter metais pesados a exemplo, de cádmio, chumbo e níquel. Quando esses materiais entram em estado de corrosão, podem causar ainda danos à saúde, em caso de exposição e disposição inadequada.”
O assunto é tão sério que em 2019 virou tema de um programa criado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e pela Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) em parceria com a empresa Retec Tecnologia em Resíduos. O Programa de Coleta de Pilhas e Descartes de Baterias tem como objetivo conscientizar a população e ajudar a garantir o descarte correto desses equipamentos.
O programa oferece mais de 60 Pontos de Entrega Voluntária (Pev’s), distribuídos entre instituições públicas e privadas de ensino, empresas e propriedades rurais, em cinco municípios: Barreiras, Correntina, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães e Mansidão. A iniciativa transformou a região em referência brasileira na logística reversa e em devolução de embalagens de agroquímicos vazias, que são destinadas às centrais Campo Limpo.
Até agora, cerca de 500 quilos de pilhas e baterias já foram coletados e de acordo com Raquel esses resultados deverão crescer em breve: “A gente espera que esse programa seja adotado por mais instituições, podendo servir de exemplo para outras regiões do Brasil, trazendo também incentivos para empresas adotarem cada vez mais a prática de logística reversa e ampliar cada vez mais as ações de sustentabilidade e gestão de resíduos sólidos, em todo o Brasil”, completa ela.
