Texto: Vitórian Tito 

Difícil achar alguém, aqui no país, que não ame chocolate. A paixão é tanta, que coloca o Brasil em primeiro lugar no ranking mundial de consumo, sendo que cada brasileiro, consome sozinho, uma média de 2,5kg de chocolate por ano, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), cada brasileiro consome uma média de 2,5kg de chocolate por ano. Além disso, o país também se destaca como o sétimo maior produtor de cacau do mundo, segundo dados da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). 

E os números só crescem. Dados da Abicab, mostram que indústria chocolateira brasileira produziu 511 mil toneladas entre janeiro e setembro de 2021, um crescimento de 44% em relação a 2020. O aumento está diretamente ligado ao investimento em produtos de maior qualidade – desde o plantio do cacau à confecção da mercadoria final. 

O fator principal para a garantia de um bom chocolate é a procedência da matéria-prima utilizada. É o que explica a especialista em biotecnologia do cacau e gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau – CIC, Adriana Ferreira: “O respeito pela origem do cacau é tudo e equivale a 50% do produto final. E hoje essa é uma preocupação das marcas que apostam cada vez mais na rastreabilidade e na aproximação com as origens do cacau para entregar ao consumidor boas histórias que se traduzem em ótimas notas sensoriais”. 

A fórmula de excelência implica em alta concentração do fruto e baixa quantidade de açúcares para reduzir ou eliminar por completo as gorduras hidrogenadas e os aromatizantes. “O chocolate feito a partir do cacau prima por uma boa seleção de amêndoas, uma torra harmoniosa, descasque e trituração bem executados para garantir a pureza do produto”, diz. 

Adriana acrescenta que quando bem produzido, o chocolate consegue oferecer uma experiência completa: “Os chocolates expandem percepções sensoriais, criam memórias agradáveis e podem trazer, inclusive, benefícios para a saúde.”

Para agradar aos paladares cada vez mais exigentes, o mercado se transforma, de acordo com a profissional:  É uma grande mudança de mercado, na qual a indústria está cria um novo capítulo do produto, já que tivemos grandes desafios, mas o mercado brasileiro segue aquecido e compreendendo cada vez mais sobre a qualidade, origem e histórias do cacau”.

Adriana aposta num caminho sem volta para a indústria: “Já existem concursos nacionais para avaliar qualidade e estimular produtores locais. Além disso, as marcas de chocolate estão mais antenadas nas tendências de consumo, agregando valor e produzam com respeito ao meio ambiente e às famílias que vivem dessa cultura, que é tão rica”.

Ela ressalta, contudo, que não adianta ter o melhor chocolate se o conceito da produção não estiver alinhado com as tendências internacionais: “O produtor deve adotar as boas práticas de produção, ter responsabilidade social e ambiental, e controlar corretamente todas as etapas de pós-colheita principalmente a fermentação e a secagem.” A especialista finaliza afirmando que a verdadeira fórmula do sucesso inclui outros ingredientes: “É preciso encurtar a ponta entre quem produz cacau e quem faz chocolate para trazer o consumidor para mais perto e entregar notas marcantes e equilibradas em produtos feitos com muito amor, dedicação e respeito à natureza”.

@adriana_reisba